sábado, 24 de outubro de 2009

Fundação do Centro Espírita

Quando seu Gevaert, comandante dos trabalhos em um centro espírita, passou para o plano espiritual, houve uma dissidência entre os trabalhadores da casa. Dessa dissidência surgiu um grupo obstinado a seguir os ensinamentos desse comandante de cabelos brancos. Foi assim que surgiu o CAU Sementes da Caridade. Em 16 de novembro de 1995 foi feita a elaboração do estatuto, sendo este registrado em 06 de dezembro do mesmo ano. Através de doações, o Centro conseguiu verba para ter sua sede própria – um terreno foi comprado, e sua construção começou em 20 de abril de 1996, através de mutirão, pelos próprios integrantes do grupo na época. Como todos tinham seus trabalhos e afazeres durante a semana, a construção acontecia aos finais de semana e feriados, até 14 de fevereiro de 1998, quando o centro ficou pronto. Foram 103 dias trabalhados com pessoas de boa vontade e determinação. Sua inauguração e início dos trabalhos ocorreu em março de 1998. De lá pra cá, muitas mudanças aconteceram nos trabalhos da casa. O estudo do evangelho foi intensificado e os trabalhos mediúnicos contam com o auxílio da corrente médica, além das correntes de cablocos, pretos velhos e povo da terra.

10 comentários:

  1. Um dos lugares mais humano ,mais caloroso e atencioso em que tive a felicidade de conhecer...nao so na parte espiritual,mas no lado humano realmente sao pessoas maravilhosas

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  2. Umbanda é sabedoria e discernimento de ordens do astral superior. Há na vida que se separar o bem do mal, extirpar os arquétipos e praticar a caridade.

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  3. O "preto-velho" é um ícone da Umbanda, resumindo em si boa parte da filosofia umbandista. Assim, os espíritos desencarnados de ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos, nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como Mestres no astral.
    No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns formadores de opinião, a imagem do "preto-velho" pode estar associada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam " com estas coisas" pois não sabem que a Umbanda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo. Não existe uma Umbanda "boa" e uma Umbanda "ruim", existe sim única e exclusivamente uma única Umbanda que faz o bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os "Preto-velhos", todos fazem o bem sem olhar a quem, caso con­trário não é de fato um "preto-velho", pode ser alguém disfarçado de "velho-negro", o "preto velho" trabalha única e exclusivamente para a caridade espiritual.

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  4. "Você que fala da Umbanda, Não sabe o que a Umbanda é. A Umbanda é força divina. A Umbanda é pra quem tem fé. A Umbanda é de Preto-Velho, E de Caboclo de pé no chão, A Umbanda é de gente humilde, Pois a Umbanda é amor e perdão"

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  5. Os pretos-velhos levam a força de Deus (Zambi) a todos que queiram apender e encontrar uma fé. Sem ver a quem, sem julgar, ou colocando pecados. Mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mesmo, o amor próprio, a força de vontade e o encarar o ciclo da reencarnação podem aliviar os sofrimentos do karma e elevar o espírito para a luz divina. Fazendo com que as pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem suas soluções da melhor maneira possível dentro da lei do dharma e da causa e efeito.

    Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça espiritualmente. Se a pessoa se fortalece e cresce consegue carregar mais comodamente o peso de seus sofrimentos. Ao passo que se ela se entrega ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo peso que carrega. Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente de acordo com encare seu distino e os acontecimentos de sua vida: "Cada um colherá aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colherás tempestade. Mas, se tu entenderes que com luta o sofrimento podeis tornar-se alegria vereis que deveis tomar consciencia do que foste teu passado aprendendo com teus erros e visando o cescimento e a felicidade do futuro. Não sejais egoista, aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo que recebeste de graça, de graça tu darás. Porque só no amor, na caridade e na fé é que tu podeis encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS" (Pai Cipriano, incorporado no médium Etiene Sales, em setembro de 1997).

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  6. A FEB e a Umbanda

    por Adilson Marques
    Uma das grandes polêmicas no meio espiritualista, durante o século XX, e que prossegue até hoje, é se a Umbanda é uma prática religiosa espírita ou não. A Umbanda surgiu com o médium Zélio de Moraes, no início do século passado, após incorporar o caboclo que se denominou sete encruzilhadas. Atualmente, não há ainda uma uniformização ou uma padronização no seio umbandístico brasileiro. Há agrupamentos que sincretizaram a Umbanda com os cultos afro-brasileiros aqui já existentes; há aqueles mais próximos do kardecismo, sem rituais, congas etc., há os que buscam na Índia a origem da Umbanda, entre tantas outras modalidades de trabalho mediúnico chamado de “Umbanda”. Em suma, cada casa umbandista possui sua “metodologia”.
    Mas o que pretendo ressaltar neste pequeno artigo é como a Federação Espírita Brasileira se relacionou com a Umbanda no último século. O primeiro pronunciamento oficial parece ter sido feito na década de 1920, mais especificamente em 1926. Tal pronunciamento não foi direcionado à Umbanda em si, mas aos espíritos que se manifestavam como “índios” e “pretos-velhos”. Segundo a Federação, esses espíritos não se pautavam pela doutrina de Allan Kardec. Porém, em 1953, A FEB publica na revista Reformador um parecer bem significativo sobre o espiritismo e a umbanda, em minha opinião, bem representativo do que Kardec pensaria se estivesse encarnado:
    “todo aquele que crê nas manifestações dos espíritos é espírita; ora, o umbandista nelas crê, logo o umbandista é espírita”. E adiante: “os que aceitam o fenômeno espírita como manifestação de ‘satanás’, ou como ocasionado somente por forças desconhecidas, esses não são espíritas; mas aqueles que o têm como produzido por espíritos, esses devem ser considerados como adeptos do espiritismo, isto é, espiritistas, admitam ou não a reencarnação e pratiquem ou não rituais que nós não adotamos”. (revista Reformador, julho de 1953).
    Curiosamente, em 1978, quando a abertura política dava seus primeiros passos no Brasil, na contra-mão da história a FEB revoga sua opinião anterior, altamente universalista e ecumênica, para publicar o seguinte:
    “é imprópria, ilegítima e abusiva a designação de espíritas adotadas por pessoas, tendas, núcleos, terreiros, centros, grupos, associações e outras entidades que, mesmo quando legalmente autorizados a usar o título, não praticam a doutrina espírita, tal como foi clara e formalmente definida no editorial de Reformador de setembro de 1977.”
    Porém, lendo o editorial acima, o que se encontra é a afirmação de que os princípios básicos da doutrina espírita estão contidos nas obras fundamentais de Kardec e que, todas as demais obras são complementares.
    Apesar disso, será que se encontra nas obras fundamentais argumentos para se dizer que a Umbanda não é uma manifestação espírita? Vejamos o que os textos kardequianos, nos quais os princípios básicos da doutrina estão contidos, afirmam:

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  7. O Espiritismo é, pois, a doutrina fundada sobre a existência, as manifestações e o ensinamento dos Espíritos. (O que é Espiritismo, p.186) Kardec não está afirmando que índios ou ex-escravos não tenham nada para ensinar ou que não se pautam em sua doutrina, aliás, a doutrina é dos espíritos. Além disso, não afirma que eles não podem se manifestar em trabalhos mediúnicos. Mas Kardec vai ainda mais longe:
    Ela (a ciência espírita) exige um estudo assíduo e, freqüentemente, longo demais; não podendo provocar os fatos, é preciso esperar que eles se apresentem e, no geral, eles são conduzidos por circunstâncias das quais nem ao mesmo se sonha. Para o observador atento e paciente, os fatos se produzem em quantidade, porque ele descobre milhares de nuanças características que são, para ele, rasgos de luz. Assim o é nas ciências vulgares; enquanto que o homem superficial não vê numa flor senão uma forma elegante, o sábio nela descobre tesouros pelo pensamento. (...) Portanto, não nos enganemos, o estudo do Espiritismo é imenso, toca em todas as questões da metafísica e da ordem social, e é todo um mundo que se abre diante e nós (Livro dos Espíritos, p. 32 e 33).
    Parece evidente que o espiritismo para Kardec é uma ciência. Obviamente, e isso Kardec também afirma, deriva em uma filosofia de cunho moral e não em uma religião. Em suma, o espiritismo é uma ciência para estudar os “fatos espíritas”, ou seja, aqueles causados pela manifestação dos espíritos.

    Kardec não define quais os fatos que podem e os que não podem ser estudados; os que são “doutrinários” e os que não são “doutrinários”. E continua em outra obra:

    Os Espíritos não estão encarregados de nos trazerem a ciência pronta. Seria, com efeito, muito cômodo se nos bastasse perguntar para sermos esclarecidos, poupando-nos assim o trabalho de pesquisa. (...) Os espíritos não vêm nos livrar dessa necessidade: eles são o que são e o Espiritismo tem por objeto estudá-los, a fim de saber, por analogia, o que seremos um dia e não de nos fazer conhecer o que nos deve estar oculto, ou nos revelar as coisas antes do tempo (O Evangelho segundo ..., p. 68).

    Um leitor atento da obra de Kardec pode argumentar que a Umbanda, como manifestação de espíritos, pode muito bem ser objeto de estudo do espiritismo, da ciência espírita. Em outras palavras, como ciência, o espiritismo pode estudar como as entidades se manifestam, o motivo para optarem pela forma de índios, pretos-velhos ou crianças, como se processam as curas espirituais etc. E isso fica ainda mais claro na passagem abaixo:

    O Espiritismo está fundado sobre a existência de um mundo invisível, formado de seres incorpóreos que povoam o espaço, e que não são outros senão as almas daqueles que viveram sobre a Terra, ou em outros globos, onde deixaram seu invólucro material. São a esses seres que damos o nome de Espíritos. Eles nos rodeiam permanentemente, exercendo sobre os homens, com o seu desconhecimento, uma grande influência; eles desempenham um papel muito ativo no mundo moral, e, até um certo ponto, no mundo físico. O Espiritismo, pois, está na Natureza e pode-se dizer que, em uma certa ordem de idéias, é uma potência, como a eletricidade o é em outro ponto de vista, como a gravitação o é em outro. Os fenômenos, dos quais o mundo invisível é a fonte, são efeitos produzidos em todos os tempos; eis porque a história de todos os povos deles faz menção. Somente que, em sua ignorância, como para a eletricidade, os homens atribuíram esses fenômenos a causas mais ou menos racionais, e deram a esse respeito livre curso à imaginação.

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  8. O Espiritismo, melhor observado depois que se vulgarizou, veio lançar luz sobre uma multidão de questões até aqui insolúveis ou mal compreendidas. Seu verdadeiro caráter, pois, é o de uma ciência, e não de uma religião; e a prova disso é que conta entre seus adeptos homens de todas as crenças, que não renunciaram por isso às suas convicções: católicos fervorosos que não praticam menos todos os deveres de seus cultos, quando não são repelidos pela igreja, protestantes de todas as seitas, israelitas, muçulmanos, e até budistas e brâmanes. Ele repousa, pois, sobre princípios independentes de toda questão dogmática. (o que é espiritismo, p. 89)
    E no mesmo livro, mais adiante, kardec afirma:

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  9. ... Uma vez que, por toda parte que haja homens, há almas ou Espíritos, que as manifestações são de todos os tempos, e que o relato se encontra em todas as religiões, sem exceções. Pode-se, pois, ser católico, grego ou romano, protestante, judeu ou muçulmano, e crer nas manifestações dos Espíritos, e por conseqüência, ser Espírita; a prova é que o Espiritismo tem adeptos em todas as seitas. (O que é Espiritismo, p. 189).

    É claro que Kardec não poderia ter incluído a Umbanda, pois está surgiu no Brasil apenas no século XX. Mas pelo contexto da frase acima, não resta dúvida de que o adepto da religião chamada Umbanda também é espírita. Aliás, muito mais espírita do que o católico, o protestante e o muçulmano citado por Kardec, uma vez que, para se ser umbandista, é necessário crer nas manifestações dos espíritos.

    Outras passagens das obras fundamentais poderiam ser pinceladas para mostrar que a Federação, em 1953, esteve mais perto de defender os ideais kardequianos, nos quais, não resta dúvida, a Umbanda faz parte da fenomenologia espírita surgida no século XX e que merece ser estudada com muito respeito pelos que apreciam o pensamento de Kardec e pensam o espiritismo como uma ciência experimental que deriva em uma filosofia de cunho moral, mas que não é religião.




    Adilson Marques. É sócio-presidente da ONG Círculo de São Francisco, na cidade de São Carlos e autor, entre outros, dos livros Educação após a morte: princípios de animagogia com seres incorpóreos; o reiki segundo o espiritismo e Nas trilhas indeléveis de Hermes: memória, topofilia e ação cultural.

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  10. Gostaria de saber quais os dias e horários para atendimento ao público, grata

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